A cidade de Parnamirim, no estado de Pernambuco, vive um momento de grandes contradições quando o assunto é gestão ambiental. Embora a nova administração, sob o comando do prefeito Múcio Angelim, tenha se comprometido a melhorar a infraestrutura do município, uma série de práticas irresponsáveis e prejudiciais à saúde e ao meio ambiente tem sido observadas, chamando a atenção da população e das autoridades competentes.
O encerramento do antigo lixão, uma ação positiva realizada em parceria entre o Tribunal de Contas, o estado de Pernambuco e os municípios, foi uma conquista significativa para Parnamirim. Esse encerramento representava um avanço na gestão de resíduos sólidos e uma promessa de um futuro mais sustentável para a cidade. No entanto, o que se observa agora, sob a nova gestão, é uma realidade alarmante: o descarte indevido de lixo em áreas abertas e vulneráveis, nos arredores da sede do município.
É inaceitável que, após a erradicação do lixão, a cidade volte a praticar ações que colocam em risco tanto a saúde pública quanto o meio ambiente. O lixo está sendo abandonado em terrenos baldios, às margens de estradas, criando pontos de proliferação de doenças e atraindo a presença de animais, como roedores e insetos, que são transmissores de diversas enfermidades. Essa prática não apenas desrespeita as normas ambientais, mas também compromete a qualidade de vida da população, que sofre com os impactos negativos desses descartes.
Além disso, as queimadas realizadas no município têm gerado danos irreparáveis. A queima de lixo a céu aberto libera uma série de substâncias tóxicas no ar, prejudicando a saúde respiratória dos cidadãos e contribuindo para o agravamento do aquecimento global. Esse comportamento descontrolado é uma violação dos direitos da população de viver em um ambiente limpo e saudável.
A gestão do prefeito Múcio Angelim, ao negligenciar a gestão adequada dos resíduos sólidos, está comprometendo o trabalho realizado por seus antecessores e pela própria comunidade, que lutou por anos para ver o fim do lixão. A falta de fiscalização e políticas públicas eficazes para a destinação adequada do lixo e o combate às queimadas evidencia uma falta de planejamento e de compromisso com o bem-estar coletivo.
É essencial que a atual administração tome medidas imediatas para reverter esse cenário. O governo municipal deve adotar ações de conscientização da população sobre a importância do descarte correto dos resíduos, promover a instalação de pontos de coleta seletiva e investir em infraestrutura para o tratamento de lixo, como aterros sanitários e usinas de reciclagem. Além disso, é imprescindível que haja uma fiscalização mais rigorosa sobre as queimadas, com aplicação de multas e punições para quem violar as leis ambientais.
Parnamirim merece mais do que ações temporárias e soluções paliativas. A cidade precisa de um plano de gestão ambiental eficiente, que leve em consideração as necessidades da população e o futuro do município. A responsabilidade pela preservação do meio ambiente e pela qualidade de vida da comunidade não pode ser ignorada, e a gestão municipal deve ser cobrada a agir com mais seriedade e comprometimento para que Parnamirim continue sendo uma cidade próspera, sustentável e saudável para todos.
A gestão anterior deixa a cidade no maior lixão.