Após anos de uso político de perfis institucionais da Prefeitura Municipal, a Câmara de Vereadores aprovou um projeto de lei que obriga a devolução das redes sociais oficiais à administração municipal sempre que houver mudança de gestão. A decisão surge após episódios envolvendo antigos responsáveis pela comunicação da Prefeitura, que, ao deixarem seus cargos, teriam se apropriado de perfis oficiais com grande número de seguidores e os transformado em ferramentas de oposição.
O caso não é novo e já se repetiu ao menos duas vezes. Na gestão do ex-prefeito Clebel Cordeiro, a equipe de comunicação administrava o perfil oficial da Prefeitura, que já contava com mais de 25 mil seguidores. Após a derrota nas urnas, os administradores se recusaram a transferir o perfil para a nova gestão de Marcones Sá, criando com o mesmo uma espécie de blog não-oficial, voltado para a crítica ao novo governo.
Sem acesso ao canal de comunicação que já havia se consolidado com a população, a gestão de Marcones foi forçada a criar um novo perfil institucional no Instagram para a Prefeitura, partindo do zero em alcance e engajamento.
A história voltou a se repetir após a recente derrota de Marcones nas eleições. A equipe de comunicação da gestão que se encerrou teria novamente mantido o controle do perfil institucional — também com mais de 25 mil seguidores — e o transformado em mais um canal de oposição, desta vez ao prefeito eleito, Fabinho. Assim como antes, o novo governo teve que criar um novo perfil oficial para estabelecer comunicação com os cidadãos.
Segundo informações apuradas, os responsáveis por esses blogs e perfis seriam pessoas diretamente ligadas aos grupos políticos derrotados, e usam suas plataformas tanto para atacar adversários quanto para promoção pessoal e fortalecimento de imagem pública.
A repetição do problema levou a Câmara Municipal a aprovar, em sessão recente, um projeto de lei que determina que todas as redes sociais vinculadas à Prefeitura sejam oficialmente entregues à nova gestão após a transição de governo, evitando que ferramentas públicas sejam apropriadas para uso particular ou político-partidário.
A lei ainda estipula sanções administrativas e legais para servidores ou prestadores que se recusem a realizar a entrega dos acessos digitais e logins institucionais.
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